Coraline, de Neil Gaiman



“Ela vai levar sua alegria. Um dia, você vai acordar sem alma e sem coração. Você será apenas casca, trapo, um sonho, a memória de algo que se perdeu”


Apesar de famoso por muitos, até por causa do filme, eu não conhecia nada sobre Coraline. Quando foi lançada essa nova edição, me deparei com diversas resenhas positivas a respeito e minha curiosidade foi despertada. Aqui, temos uma linda introdução de Neil Gaiman, em que nos é contado que o livro foi escrito para suas filhas, Holly e Maddy. 

Coraline contém um enredo, a princípio, simples, porém é uma história que eu chamaria de crescente e, por que não?, de uma narrativa de formação.

Ao início da história acompanhamos essa menina que acabou de mudar-se com seus pais. Percebemos, nesse ínterim, que ela sente-se sozinha e o novo ambiente não lhe agrada e que sua relação com seus pais não é profunda, pois eles estão sempre ocupados e imersos em seus trabalhos. Porém, diferente do que ouvi sobre isso, tive a impressão que a própria Coraline também era um pouco antipática para com sua mãe e pai.

Entendiada, passa a explorar o espaço e encontra uma porta e, em seguida, a explora. Dessa forma, descobre um lugar semelhante ao que ela vive, com figuras que parecem seus pais, mas totalmente e opostos aos verdadeiros: atenciosos e carinhosos (demais). Entretanto, com a ajuda de um gato preto, que torna-se seu guia durante a jornada, passa a desvendar os mistérios daquele lugar, tornando a narrativa cada vez mais assustadora.

É um livro bom, a leitura é rápida e cumpre bem o papel de uma história de terror para jovens. Há passagens das quais realmente despertam medo e forma como tal assunto é trabalhado durante a narrativa é, de fato, ótimo. Ademais, algo bonito e que gostei bastante, foi acompanhar o desenvolvimento da personagem.

Vale lembrar que o enredo é voltado para o público infantojuvenil e, sem dúvidas, há um viés educacional em que pode-se retirar diversos “morais da história”. Portanto é importante não criar expectativas de ler algo estilo Stephen King, por exemplo. Mesmo assim, houve alguns momentos em que eu pensava o que geralmente penso quando assisto ou leio Peanuts: se eu fosse criança e lesse algo assim, com certeza ficaria assustada. Porém, hoje, não se tornou o meu livro favorito da vida. 

Em suma, é um excelente presente para crianças a partir de dez anos, caso você queira que ela seja um futuro fã de Stephen King, Ira Levin, William Peter Blatty ou David Seltzer.

A história foi adaptada para o cinema por direção de Henry Selick, lançado em 2009.

Boa sorte com seu pequeno (a), cuidado com as entrelinhas e até a próxima resenha.

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