Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie

 


“ Eu me senti em casa, senti que estava no lugar onde deveria estar há muito tempo.”


Você já parou para pensar se você teria a mesma personalidade caso tivesse nascido em uma outra família, país, estado ou até mesmo bairro? Essa foi a primeira reflexão que me veio a mente depois de ler Hibisco Roxo.

O livro nos apresentará a personagem Kambili, seu irmão, sua mãe e seu pai. Este, é um católico fervoroso, fanático de forma até mesmo cega e doentia, chegando a momentos de violências e torturas. Esta família está localizada na Nigéria e, ao que tudo indica, são de boa condição social.

Por razões que não discutiremos por enquanto, Kambili e seu irmão vão passar um tempo na casa de sua tia, onde ambos se depararão com uma realidade totalmente diferente, tanto no âmbito religioso, quanto social; abrindo-lhes a mente para diversas questões a respeito de sua família.

Foram diversos assuntos que percebi neste livro o qual gostaria de comentar. Antes de tudo, sobre a escrita de Chimamanda: leve, bem escrita, descreve cenas fortes de maneira muito, mas muito sutil e  me instigou a ler outras de suas obras. Em segundo lugar, é impossível não abordar a questão do conflitos e mudanças de ponto de vista a respeito das religiões, como o preconceito e o fanatismo são fatores que podem facilmente tornar a situação violenta, separar pessoas e fomentar uma repressão violenta, podendo facilmente levar a traumas psicológicos. Por outro lado, temos esses irmão chegando à casa da tia, a qual segue uma religião totalmente diferente, que causará  uma maior identificação a ambos, além de ser um espaço em que os diálogos são mais aceitos de forma sincera, respeitável, acolhedora e ponderada. Em terceiro lugar, os irmãos fazem parte de uma classe social alta, porém sua tia e seus primos, não, situação que gerará um maior desprendimento, aprimoramento e reflexões.

A descoberta desse outro mundo acompanharemos conforme o desenvolvimento da narrativa. Ademais, o final deste livro também é  sensível o bastante  para nos colocar em um situação de conflito sobre nossas próprias opiniões e valores, isto é, poderá ser um momento para nos tirar de nossa zona de conforto.

O livro tem aproximadamente 300 e poucas páginas, mas foi uma leitura muito, mas muito rápida, de fácil imersão e, como já dito, com uma escrita completamente envolvente, que me fez lembrar de um trecho de uma música de Paralamas do Sucesso no trecho “ palavras duras, com voz de veludo”. 

Enfim, recomendadíssimo.

Até a próxima resenha e cuidado com as entrelinhas. Um grande abraço!

Comentários

  1. Na primeira oportunidade que eu tiver de ler esse livro ele será lido! Adorei o texto!

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    1. Esse livro é lindo, ao mesmo tempo traz consigo a realidade, mas de forma branda. Seja sempre bem-vinda, Miss Biblioteca <3

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