Bartleby, de Herman Melville

 


“Preferia não o fazer.”

 

Melville é o famoso e consagrado autor de Moby Dick, porém ele escreveu diversas outras obras das quais, infelizmente, ainda não foram, em sua grande parte, publicadas no Brasil.

Hoje falaremos de Bartleby, conto narrado em primeira pessoa pelo chefe do personagem, cujo o nome não é citado. Certo dia, um sujeito aparentemente normal, aparece em uma pequena empresa de jornalismo formada pelo narrador e também por outros personagens com nomes peculiares: Nippers, Ginger Nut e Turkey.

Ao início tudo parece normal, entretanto Bartleby passa a apresentar um comportamento nada convencional, pois se recusa a fazer as atividades diárias propostas pelo seu superior. Dessa maneira, a frase vital do personagem é “Preferia não fazer”, a qual perdura durante todo o livro.

O conto, assim que lido, pode trazer interpretações distintas através dos repertórios e experiências adquiridos em cada vida. No caso, a impressão deixada foi que os lugares/ ambientes são influenciados inevitavelmente pelas pessoas que ali estão, assim como em um jogo qualquer será definido pelos jogadores/ peças dos quais movimentam a situação. 

Além disso, a imposição constante de Bartleby diante de ordens, nos mostra como muitas vezes aceitamos funções e propostas diariamente das quais, se pararmos para pensar, não fazem o mínimo sentido, mas mesmo assim nos lançamos a uma espécie de prostituição social em razão de nossas necessidades pessoais. Pior: aquele que nos gerenciam, provavelmente também não tem noção alguma do que está acontecendo.

A vida a adulta é uma infância piorada, deturpada e mentirosa. Em Bartleby, presenciamos, antes de tudo, a completa perdição da qual todos nós estamos condenados.

Um bom conto!

Cuidado com as entrelinhas e até a próxima resenha.

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