David Copperfield, de Charles Dickens
Considerado o livro preferido de Charles Dickens, o enredo de
David Copperfield é muito mais do que qualquer sinopse possa transmitir em
poucas palavras.
Classificado como um romance de formação, acompanhamos a
trajetória do menino David o qual nos primeiros quinze capítulos me acarretaram
diversas emoções: raiva, indignação, paixão e uma certa dó do personagem. Somos
apresentados a uma infância conturbada e maltratada a partir de seus tios Murdstone
especialmente a partir da morte de sua mãe, os autos e baixos constantes, as
pequenas paixões, a forte amizade com Steerforth, o carisma de sua babá
Peggotty, o conforto de Agnes e a má energia de Uriah Heep.
“Se serei o herói de minha
própria vida, ou se essa posição será ocupada por alguma outra pessoa, é o que
estas páginas devem mostrar. Para começar minha vida com o começo de minha
vida, registro que nasci (conforme me informaram e acreditei) numa sexta-feira,
à meia-noite. Notaram que o relógio começou a bater as horas e comecei a chorar
simultaneamente.”
P. 15
Entretanto, em questão dos personagens, muitas vezes me remetiam
a sensação de que não eram completamente “reais” e, de certa forma, limitados
constantemente em impressões de bons ou maus, sem haver meio termo ou um
aprofundamento mais psicológico tornando o desenvolvimento dos personagens um
pouco monótono, mas é sempre bom lembrar que, teoricamente, David Copperfield é
um livro infatojuvenil para os ingleses. Isso, no entanto, não impede a
história de ter seus níveis muito profundos e podem estender-se a uma questão
muitas vezes socioeconômica a partir de trabalho infantil, por exemplo. Ademais,
é um livro muito engraçado.
Um grande clássico, completamente essencial e, com toda a certeza, ideal para todos os tipos humanos dessa leitura ao menos uma vez na vida. Sentirei
falta de David Copperfield!
Uma boa leitura e cuidado com as entrelinhas! Até a próxima
resenha.
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