Um estranho no ninho, de Ken Kesey

 



Publicado na década de sessenta, o livro é classificado como um romance psicológico a partir de pesquisas e experiências  do autor em uma clínica psiquiátrica. O conteúdo da obra estendeu-se para o cinema, com título homônimo e ganhador de vários Oscars, um deles como Melhor Ator para Jack Nicholson.


O enredo segue o cotidiano de um centro psiquiátrico, chefiado pela enfermeira Ratched. Logo nas primeiras páginas, percebe-se um ambiente hostil, monótono e entediante, de modo que os pacientes ao invés de apresentarem resultados positivos, apenas pioram e se fecham em suas próprias mentes através do medo e demasiada disciplina. No entanto, tudo muda com a chegada de Randle McMurphy, um presidiário que, para fugir de um presídio, finge-se de louco e é transferido para a clínica. A história é narrada por Bromden, indígena e “surdo”.


A narrativa traz uma veemente crítica ao sistema de saúde mental da época, que utilizava processos questionáveis em centros psiquiátricos, até mesmo violentos. Além disso, cerca-se da teoria de que o conceito de louca dependerá, muitas vezes, do contexto histórico a qual se está inserido. Para quem se interessa pelo tema, o conto “O Louco”, de Anton Tchekhov e “O alienista”, de Machado de Assis  também resgatam esse questionamento: o que é a loucura? quem determina o que é a loucura? o que é ser uma pessoa sã? Existe realmente a sanidade ou ela é apenas um conceito fruto de sua época? seria a ansiedade a nova “histeria”, discutida e estudada por Freud?


Por fim, recomenda-se o livro e o filme para todos com interesse no tema. No caso das mulheres, podem-se sentir incomodadas com os tratamentos dos rapazes em relação a enfermeira e algumas confissões de McMurphy, porém, tente ler com a visão e contexto histórico da época.


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