O outro pé da sereia, de Mia Couto
“A viagem não começa quando se percorrem distâncias, mas quando se atravessam as nossas fronteiras interiores.”
Publicado em 2006, este é um dos livros mais considerados do
autor.
A história se passa em dois períodos históricos diferentes,
ambas narradas em narrada em terceira pessoa, ambientado em Moçambique. Em
2002, conheceremos Mwadia Malunga e Zero, seu marido o qual é uma figura que ao
recorrer do livro teremos algumas dúvidas a respeito de sua realidade. A partir
disso, teremos um enredo com Mwadia encontrando uma santa em formata e resolve retornar
a sua casa natal. Dessa forma, o reconhecimento e a forma como o encontro com sua mãe e
familiares tem efeito perante a ela. Em paralelo, temos um corte histórico para
1560, em Goa, com o jesuíta Gonçalo da Silveira,
a caminho para converter ao cristianismo o imperador do Reino do Ouro nas
regiões onde hoje é Moçambique.
Caso você já tenha lido Terra Sonâmbula, do
autor, provavelmente perceberá semelhanças ao ler este. Os detalhes oníricos na
narrativa que confundem bastante o leitor, pois pode demorar um tempo para
perceber o que é realidade, o que é sonho, imaginação ou alucinação. A escrita
é bonita, com diversos trechos bonitos, filosóficos e reflexivos, tornando algo
muito elegante. Ademais, a questão da religião e fé é algo bastante presente,
assim como o aspecto familiar e terra natal como algo negativo e positivo ao
mesmo tempo. Demais, a visita do casal formado por um estadunidense e uma brasileira à Moçambique, traz ao leitor um olhar totalmente exaltado dessas pessoas, principalmente pelo Brasil. Porém, do autor, ainda prefiro o Terra Sonâmbula.
Recomendado, mas com muitos “contudos”.
Cuidado com as entrelinhas, principalmente
neste caso; e até a próxima resenha.
Abraços para vocês.
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