O diário secreto de Laura Palmer, de Jennifer Lynch
“Tive a
oportunidade de entender a que distância a felicidade estava de mim, e quanto
eu sentia falta dela.”
Publicado em setembro de 1990, logo depois do sucesso da primeira temporada da série Twin Peaks, é ainda hoje um dos maiores complementos para os fãs de David Lynch.
Sobre a
série
Twin Peaks foi roteirizada e dirigida pelo diretor David Lynch,
junto a Mark Frost; o primeiro, Lynch, para alguns um gênio, para outros, um
louco, já era comentado em razão de seus outros filmes, porém estranhas como Eraserhead e Blue Velvet.
A série foi uma enorme novidade nos anos noventa, por apresentar
elementos muito diferentes do que a mídia estava acostumada, dentre esses
referências foi a questão do sonho trabalhado de forma a não ser apenas visto como um sonho, mas um mundo real,
paralelo, o qual temos acesso durante aqueles segundos.
O roteiro da série é simples, a princípio, visto que logo ao
início temos a morte de Laura Palmer e o seu corpo sendo encontrado em um rio
(a foto da capa do livro). Entretanto, ao decorrer da série, acompanhamos a
investigação deste mistério, o que fomentou uma frase a qual permeia todo o enredo à época “quem matou Laura Palmer?”. Dessa forma, passamos a conhecer
diversos personagens, entre eles o meu preferido, o Agente Especial Dale
Cooper, e todos as pessoas que vivem em Twin Peaks, nos fazendo perceber como as aparências enganam
e a forma como isso pode acarretar na vida de alguém, inclusive de Laura
Palmer, quando viva.
Em meio a essas investigações, tem-se dois diários de Laura, um encontrado em sua casa e um outro intitulado como “O diário secreto de Laura Palmer”, onde são encontrados detalhes sobre a vida da menina dos quais ajudam para desvendar o mistério.
Mas, o que está escrito, de fato, neste diário? é o que temos em mãos neste livro escrito pela filha de David Lynch, Jennifer Lynch. Portanto, já vi algumas pessoas que já leram este livro sem ter assistido a série, porém e eu sinceramente recomendo que vocês tenham contato com ela primeiro antes de pegar neste livro, porque pode ser que pareça ser apenas um diário de uma adolescente, entretanto é muito mais do que isso.
Logo, muitos tem dúvidas de como começar a série, pois pode ser
um pouco confuso. Dessa maneira, segue abaixo a ordem, caso tenha interesse em
assistir um dia:
-Twin
Peaks, temporada 1, de 1990;
-Twin
Peaks, temporada 2, de 1992;
-Twin
Peaks, temporada 3 (esta você encontra na Netflix, mas não comece por esta,
assista as anteriores primeiro, senão você ficará totalmente perdido.)
-Twin
Peaks: Os últimos dias de Laura Palmer (título
original: Twin Peaks – Fire walk with me), de 1992;
-Recomendação
extra: livro Twin Peaks – O dossiê final (que lerei em breve), escrito pelo co-produtor
da série, Mark Frost;
-Logo,
pode-se chegar a este livro, “O diário
secreto de Laura Palmer”;
Nesta resenha me foquei na série, porque é
basicamente o que você precisa saber caso for pegar este livro para ler futuramente. Como dito, já vi pessoas que o leram sem a referência e a experiência de leitura me
pareceu rasa e superficial, porque este livro é totalmente entrelaçado com a
série. Contudo, caso queira ler independente, tudo bem, mas
caso queira melhorar sua leitura, recomendo tal caminho.
Ademais, a série é excelente, os personagens são singulares, a
narrativa é diferente, David Lynch caprichou muito nas músicas (sim, ele compôs
uma boa parte da trilha sonora, junto ao Angelo Badalamenti, ambos amores da
minha vida), a maneira como os assuntos misturam-se, um momento temos a cena de um casal totalmente apaixonados, corta-se para uma passagem com o carismatico Dale Cooper fazendo um comentário aleatório sobre uma torta de cereja, mas logo em seguida, cenas medonhas, assombradas e misteriosas. Se você é o estilo de pessoa que gosta de sonhos, sempre pesquisa
os seus no Personare depois de uma noite e tem interesse no assunto, é realmente uma
série feita para você. Além disso, figurinos e cenário anos 90 são incríveis de assistir. E claro, o mistério sobre Laura Palmer.
Um excelente livro para quem, assim como eu, é um grande fã da
série.
Usem máscara, fiquem em casa assistindo Twin Peaks, lavem as
mãos, cuidado com as entrelinhas e até a próxima resenha.
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