A visita cruel do tempo, de Jennifer Egan

 


“Você cresceu, Alex – disse ele – igual a todo mundo”

 

Este livro esteve em minha estante há exatos dez anos. Por algum motivo não o lia, mas sabia que um dia, quando estivesse pronta, ele seria lido. Foi o que aconteceu e depois de terminá-lo só conseguia pensar o por quê deixei este livro parado por tanto tempo.

Dessa forma, partimos sobre a história. Este livro nos serão contados diversos personagens e percursos diferentes, difícil classificar se teremos aqui um personagem principal, visto que todas as histórias se cruzam, desencontram-se, encontram-se e perdem-se novamente. A ambientação, a princípio, nos remeterá a um cenário dos anos sessenta, com um grupo de jovens discutindo sobre música e amores. Porém, em diversos momentos, terá diversos tempos diferentes, quando eles estão mais velhos, quais carreiras seguiram, se casaram-se, tiveram filhos e quais rumos, improváveis ou não, os quais cada um seguiu.

Enquanto li este livro foram diversas as frases e passagens muito bonitas e reflexivas. Como disse, demorei dez anos para ler esta história, porém tenho a sensação de que se tivesse lido àquela época é bem provável que não teria aproveitado por inteiro como desta vez.

Como o próprio título nos remete, esta história terá o tempo não apenas como um elemento de narrativa, mas como um personagem. Mesmo sendo invisível, de certa forma, ele se mostra toda vez que nos olhamos no espelho, quando nos comparamos com uma foto antiga, no momento em que encontramos um velho amigo, nas inevitáveis mudanças de personalidades, opiniões, desafetos, afetos dentre outras características que sempre nos mostrarão que ele está ali, olhando para você e até mesmo deixando claro que os tempos são relativos, cada qual tem o seu, todos nós temos movimentações internas em diferentes escalas.

Livro lindo, divertido, profundo, triste, muitas dicas de músicas, enfim, incrível.

Cuidado com as entrelinhas e até a próxima resenha.

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