Papillon, de Henri Charrièrre

 


Uma vez, uma professora de Introdução à Língua Portuguesa II, em meados de 2018, perguntou a turma o que era liberdade para nós. A resposta foi dada por uma aluna muito bonita, que sempre sentava a duas cadeiras de mim: “poder sair na rua sem medo ou ter a certeza de não ser obrigado a dar a menor satisfação à ninguém”. Perfeita definição de minha rebelde colega de classe, a qual me veio a mente diversos momentos enquanto eu lia este livro.

Publicado em 1969, Papillon nos contará a história real do próprio autor e sua estadia na prisão Ilha do Diabo, que era localizada na França, com estrutura semelhante a Alcatraz. Sobre esta informação, existem teorias das quais alegam que Papillon não era, de fato, Charriére, mas sim uma outra pessoa chamado René Belbenoît, um intelectual o qual esteve preso nestas ilhas e que também tem um livro sobre suas fugas chamado “Ilha do Diabo”. Desta forma, Henri poderia ter roubado a história de René e feito de conta que ele era esta pessoa. Porém isso são apenas fofocas literárias.

Vamos ao livro Papillon. Narrado em primeira pessoa, mas tão em primeira pessoa que nos dá a impressão de estarmos lendo um diário, embora não seja escrito de maneira epistolar. Bem ao início temos um cenário de julgamento, este personagem, Papillon nos afirma ser inocente, contudo conforme a história decorre, nos deparamos com passagens que desmentem essa informação. Acompanhamos, então, esse personagem a luta pela sua liberdade, através de diversas  fugas e amizades que são feitas através desses momentos.

É um livro, como já dito, escrito em primeira pessoa e, como todas histórias feitas sob esse aspecto narrativo, temos de ter consciência de que nem tudo relatado é de fato verídico. Foram diversos momentos dos quais tive a sensação de ser um pouco manipulada por este autor e isso me acendeu um alerta vermelho: ora ele dizia que era inocente, ora tinha matado apenas uma pessoa, então, dessa forma, cuidado!.

Fora isso, livro incrível, super recomendado para você, assim como eu, é um amante nato da liberdade e de tudo que ela pode nos proporcionar. Apesar de ser um livro ambientado em uma prisão, por muitas vezes me identifiquei com a situação de Papillon, visto que estamos em um momento de pandemia e estamos presos, de certa forma.

Ademais, tem a adaptação cinematográfica homônima, de 1974, dirigido por Franklin J. Schaffner.  

Loucamente recomendado. Este livro é uma declaração de amor à liberdade. Viva a liberdade: da alma e de nós mesmos.

Cuidado com as entrelinhas e até a próxima resenha.

 

Referências:

HOLLANDA, Eduardo. A verdadeira história de Papillon.  https://istoe.com.br/8821_A+VERDADEIRA+HISTORIA+DE+PAPILLON/

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