Histórias de Cronópios e de Famas, de Júlio Cortázar

 


“O choro médio ou comum consiste numa contração geral do rosto e um som espasmódico acompanhado de lágrimas e muco, este no fim, pois o choro acaba no momento em que a gente se assoa energéticamente”

Este é o sexto livro de Cortázar, publicado em 1962, um ano antes de publicar o Jogo da Amarelinha, uma de suas obras mais importantes. O autor é conhecido pelas suas narrativas diferenciadas e um dos mais conceituados da literatura argentina. 

O livro é dividido em quatro partes, sendo elas: “Manual de Instruções”, que encontraremos dicas engraçadas de ações cotidianas incomuns como, por exemplo: instruções para chorar, como sentir medo e subir uma escada. Além dessa, temos a “Estranhas Ocupações”, “Matéria Plástica” e, o já contido no título “ Histórias de Cronópios e de Famas”, que são personagens dos quais foram criados por Cortázar; os Cronópios são criaturas relaxadas e não se preocupam com qualquer assunto, quanto as Famas são organizadas, cuidadosas e totalmente o oposto dos Cronópios e existem também as esperanças, extremamente paradas, bandoleiras e sem nenhuma pressa, até porque ela é a última que morre. 

Apesar de parecer, a princípio, algo ilógico e nonsense, depois de um tempo na leitura deste livro, percebemos o quanto Cortázar faz com que ações passadas despercebidas durante o dia-a-dia, sejam descritas de forma poéticas, engraçadas e tristonhas, tudo ao mesmo tempo. Foi muito normal eu dar diversas risadas em uma parte e parar de rir abruptamente na passagem de uma história a outra. 

Apesar de as narrativas serem distintas, todas são interligadas, de certa maneira, portanto, se puder ler na ordem, melhor. A leitura é regada a interpretações diversas, pois é um livro o qual, justamente por suas histórias serem curtas, traz para o leitor o direito a ler mais devagar, sem pressa, com muita reflexão sobre o que acabou de ser lido. 

A minha maior dificuldade foi me adaptar ao gênero conto, o qual ainda não sou de fato um público alvo. De certa forma, houve momentos em que gostei muito e outros, nem tanto, isto é, não foi uma das melhores leituras deste ano, mas não foi das piores e acredito que tudo é uma questão de costume. 

Até a próxima resenha e cuidado com as entrelinhas.  

Comentários

  1. Parece interessante. Gostei da ideia do livro mas pra gostar depende muito de como foi desenvolvida. Acho que é o tipo de livro que requer o momento certo de leitura pra você gostar..

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    1. Exatamente !!! é um livro para ler aos poucos, junto a outras leituras, pois ele dá a impressão de ser curto, mas quando vamos ler de fato, demora um pouco. A escrita do autor é bonita e estranha ao mesmo tempo, mas com o tempo se acostuma. Porém, não foi melhor livro que li esse ano, tentarei ler outros livros do autor. Seja sempreeeeee bem-vinda, Miss Biblioteca. Adoro seus comentários e seu blog também é muito fofo e divertido. Um grande abraço.

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