Em busca de Watership Down, de Richard Adams



 “Sabe quando acreditamos que tudo vai dar certo se conseguirmos chegar a um certo lugar ou se fizermos uma coisa específica? Mas, então, quando chegamos onde queríamos descobrimos que as coisas não são tão simples assim”.



Um grande clássico da literatura inglesa, publicado em 1972, foi um dos principais livros com alto número de vendas na Inglaterra e mundialmente por jovens. É considerado uma ficção especulativa, isto é,um gênero que mistura fantasia, horror e distopia.

O diferencial desta história é a forma como ela nasceu. Richard Adams tinha o costume de contar histórias para suas filhas, em grande maioria eram inventadas por ele. Certa vez, em um longo passeio de carro, sua filha pediu que contasse algo e, etnão, ele passou a falar sobre coelhos dos quais estavam fugindo de um possível desmatamento. E assim nasceu Watership Down.

Como você já deve ter percebido, a narrativa nos apresentará personagens coelhos. Logo ao início da história, Quinto sonha com um possível acontecimento que poderá trazer sofrimento a todo o seu grupo. Dessa maneira, ele avisa a seu irmão Avelã sobre seus pressentimentos. A princípio, muitos duvidarão dessa intuição, porém aos poucos, serão juntados uma boa parte de coelhos para migrarem a outro lugar mais seguro dos humanos: Watership Down, ambiente ideal para construir um viveiro seguro e agradável.

Durante esta trajetória, nos são mostradas diversas situações, além de, consequentemente, conhecermos mais profundamente cada um dos personagens. Além disso, tem-se a discussão a respeito do pertencimento, a importância de um trabalho em equipe feito de maneira organizada e respeitosa pode causar a todos os envolvidos, como intuição e racionalidade não devem ser usadas separadamente e, antes de tudo, a eterna discussão a respeito do autoritarismo e democracia, visto que esse grupo passará por viveiros chefiados por coelhos brutais e a forma como isso afeta aos seus “subordinados” digamos assim.

É um livro lindo, que me lembrou Revolução dos Bichos, de George Orwell, mas principalmente um desenho que eu assistia quando criança chamado “Em Busca do Bosque dos Vintens”, que me arrancou diversas lágrimas quando eu tinha apenas 5 e 6 anos de idade. Este desenho, inclusive, origina-se de uma série de livros chamado “The Animals of Farthing Wood”, dos quais infelizmente ainda não tem tradução no Brasil, mas já comprei o primeiro livro e pretendo ler em breve.

A leitura em si pode ser um pouco entendiante em alguns momentos, mas é uma narrativa que vale muito, muito a pena ler, pois os personagens são cativantes, todos tem uma personalidade diferente, o que enriquece a história. Ademais, o autor fez uma longa pesquisa sobre a vida e anatomia dos coelhos para escrever este livro, portanto terão diversas informações a respeito destes animais.

Ressalto a minha paixão absoluta pelo meu personagem preferido Quinto – ou Fiver, em inglês – o qual houve diversos momentos dos quais quis abraçá-lo com todas as forças. Ele representa a intuição, a misticidade, interação com o espiritual e, apesar de parecer contraditório, traz em si a racionalidade, lucidez e observações agudas sobre o que ocorre ao seu redor. O final é lindo, lindo e lindo.

Está disponível na Netflix uma minissérie de quatro episódios, divulgada em 2018 pela plataforma e inteiramente fiel ao livro, além de bem bonito. Assistam, leiam e se apaixonem por esses lindos coelhinhos. É citado na série Lost nos episódios “Confidence Man”, “ Left Behind” e “Recon”.

Até a próxima resenha e cuidado com as entrelinhas.





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