Cem gramas de centeio, de Agatha Christie
“O
que se deve evitar, a qualquer custo, é confiar demais nos outros”
Quem não conhece a obra de Agatha
Christie, sempre acaba por resumi-la como histórias apenas de mistérios/policiais.
Entretanto, depois de passar por vários enredos, concluímos que sempre a autora
traz um tema a mais para sua obra, além de um constante conselho: nunca, em nenhuma
situação, confie cem por cento em uma pessoa, pois a hipocrisia, a mentira e a
capacidade de cinismo sempre serão grandes aliadas do ser humano. Qualquer um: eu, você e todos eles que estão ao nosso redor.
No caso de “Cem Gramas de Centeio”,
acompanharemos a princípio, a estranha morte do personagem Mr. Fortescue, um
homem com vida estável e dono, supostamente, de grande fortuna. Ele morre em
seu escritório, o que deixam diversos suspeitos para o inspetor Neele, que fará
parte de grande parte das investigações. Entretanto, os suspeitos não
limitam-se apenas no trabalho do morto, mas expandem também para sua família. E
aqui toda a história passa a acontecer.
Mr. Fortescue vivia em um
confortável chalé com sua esposa, Adele Fortescue, anos mais jovem que ele e
principal suspeita; a governanta Mary Dove, de apresentável inteligência e
personalidade sarcástica; seus filhos constituídos de uma moça, Elaine e dois
rapazes que trazem antiga rivalidade: Lancelot e Percival, ambos casados e
tanto eles quanto suas esposas são completamente diferentes entre si; e também
Gladys, uma moça ingênua, assustada a maior parte do tempo, porém, apesar
disso, vive um amor secreto com um rapaz.
Inspetor Neele, frente a esta
mistura de personalidades em grande proporção, acaba por pedir ajuda para Miss
Marple e, agora, eu que nunca tinha lido nada com esta senhorinha, pude formar
algumas opiniões a respeito:
Miss Marple pouco aparece na
história, porém desde a primeira vez que ela surgiu eu esperava ansiosamente
para o seu retorno. Ela é beeeem diferente de Hercule Poirot, pois é, por
vezes, muito mais sentimental o que acarreta em soltar informações antes do
momento ideal. Em resumo, eu gostei muito de Marple, ela pode parecer um pouco
fofoqueira em alguns momentos, mas acho que tudo é em razão de suas emoções
afloradas.
Há tempos não lia Agatha Christie,
mas sempre que a escolho como próxima leitura ela nunca me decepciona. Nunca
deixo de recomendá-la para as pessoas que querem “descansar” após uma leitura
um pouco mais complexa ou mesmo quando querem ler algo que será muito rápido,
antes de dormir. Ademais, é recomendadissíma para iniciar alguém ao mundo literário.
Apreciem bastante, cuidado com as
entrelinhas e até a próxima resenha.
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