A ilha do Dr. Moreau, de H.G Wells
“Eu não conseguia me convencer de que os homens e as mulheres que encontrava não eram membros do Povo – Bicho, ainda que mais apresentáveis, animais que tomaram a forma de seres humanos e que de um momento para o outro não iriam começar a se reverter e a mostrar suas marcas bestiais”
Depois de outros dois livros do
autor, finalmente H.G Wells conquistou meu coração. Não que suas outras obras
não tenham sido boas, porém não me cativaram por completo a ponto de entrarem
em minha lista de favoritos.
No entanto, “A ilha do Dr. Moreau”,
trouxe diversas questões a respeito do ser humano após um longo processo de
isolamento, questionamento a respeito da forma como os animais são utilizados em pesquisas cientificas – e se há um limite quanto a isso – e também o espaço
ilha como cenário principal, do qual amo muito.
A história nos será contada em
primeira pessoa pelo personagem Edward Prendick, que em uma viagem acaba por
agrupar-se com uma misteriosa equipe de cientistas.Um desses cientistas é
Montgomery, um homem inicialmente repleto de mistério que tenta ao máximo
evitar a incursão de Prendick a expedição. Entretanto, ambos compartilham
diversos momentos e diálogos muito bonitos, que tornam essa relação melancólica e repleto de “contudos”.
Em meio a isso, há duas situações
que circundam a atmosfera misteriosa ao livro: os animais-homens que habitam
tal ilha e a relação dessas criaturas com o Doutor Moureau, a figura-título do
livro o qual nos trará a percepção de até que ponto o homem pode levar e ser
levado através de suas ambições, sonhos e perspectivas obsessões e redenção?
Outro ponto primordial neste livro
é, com certeza, a questão dos homens-bicho. Por vários dias pensei em relação a
como o autor trabalhou tais criaturas de forma a serem quase mesmo uma
parodização de nós mesmos. De certa maneira, esses animais modificados nada
mais são uma representação irônica do Ser Humano em sociedade.
É, de longe, o melhor livro de H.G
Wells que pude ler até o momento. Terminada a leitura, foi inevitável não
pensar sobre todas as circunstâncias descritas. Para quem já leu “A
máquina do tempo” ou “A guerra dos mundos”, se surpreenderá com a quantidade de
cenas repletas de ações e movimentos gerados que nos instiga ler mais e mais.
Além disso, os personagens contidos nesse livro são muito diferentes entre si e
os diálogos muito, muito ricos.
Fica a dica para vocês e espero que
todos gostem, mas se não gostarem, faz parte.
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