Enquanto agonizo, de William Faulkner

“Se você pudesse se desfazer no tempo. Seria agradável. Seria agradável se a gente pudesse se desfazer no tempo”

Primeira obra de Faulkner que me proponho a ler e posso dizer que foi um pouco desafiador, porém não impossível. Sob o formato de fluxo de consciência, o autor nos apresentará personagens ambientados a uma situação simples e complexa ao mesmo tempo.

São vários os personagens citados no livro. Eles pertencem à família Bundren e os que me chamaram mais atenção foram  Darl, filho mais novo; Jewel irmão mais novo; Addie que é a mãe e a personagem núcleo que move todos os acontecimento após sua morte; e seu marido Anse. Desta maneira, somos inseridos a uma atmosfera solene, soturna e melancólica de Addie, em que seu último desejo era ser enterrada em uma cidade distante de onde moram, São Jefferson.

A partir de então, eles partem para uma longa trajetória e nós leitores nos conectamos aos pensamentos, angústias, o não dito, segredos, temores e impressões individuais e críticas veladas dessas pessoas principalmente ao âmbito familiar, deixando uma crítica a respeito de tal instituição.

Além do enredo, um dos fatos a respeito das obras de William Faulkner é o próprio Falkner. A forma como ele utiliza as palavras e o gênero de fluxo de consciência é de extrema inteligência e organização. Lembrando que este livro, de acordo com o autor, foi escrito em apenas seis semanas, em suas horas vagas de seu emprego. Ele mesmo disse que há algumas personagens das quais ele odeia profundamente. Outrossim, Faulkner não completou os estudos justamente por falta de condições financeiras. Apesar disso, ganhou o Nobel de literatura de 1949 dentre outros prêmios.

O próximo desse autor em minha lista é “O som e a fúria”. Mais um desafio necessário a formação de leitor.

Cuidado com as entrelinhas, até a próxima resenha.