A casa Holandesa, de Ann Patchett

 




“Só para constar, estou cansada de tristeza”


Livro que está fazendo muito sucesso na comunidade leitora, até por estar inserido no clube de leitura Intrínsecos, da editora Intrínseca. Eu não assino, mas comprei pela versão de livraria, a qual achei a capa bem bonita e diferente.

A história é narrada em primeira pessoa por Danny, ele tem uma irmã mais velha, Maeve, e seu pai, Cyril. É ambientado na Segunda Guerra Mundial, embora esse fato não seja citado com maior profundidade. Os três vivem em paz até um dia em que a mãe dessas crianças some e apenas bem ao final do livros entenderemos o por quê. Com esse desaparecimento, Cyril casa-se novamente com Andrea, uma mulher antipática e de difícil compreensão desde o princípio. Dessa forma, as crianças não simpatizam-se com ela desde o início até que ocorre algo que não acho certo comentar, pois será spoiler, porém causará um revolta ao leitor. A partir de então, nos serão apresentadas a trajetória desses dois irmão pelo mundo, desenvolvimento e sobrevivência. 

Não vou negar que foi uma leitura complicada. Os pontos positivos foram: a história remete o poder que uma casa pode carregar no âmbito de energias e lembranças para uma pessoa, tornando-a, até mesmo, um personagem. Imagine sua casa por um momento, você sente-se confortável?. Muitos de nós já passamos por mudanças ou deslocamentos semelhantes e isso pode ser um momento acoplado a uma sensação de transição de nossas próprias personalidades, visto que a nossa casa pode dizer muito sobre nós, entretanto, em diversos casos, não. Por exemplo, se moramos com os nossos pais, geralmente teremos apenas um espaço para expressar o que somos, no caso, um quarto, algum canto do quintal,, mas não necessariamente o restante da casa revelará quem você realmente é. Concordo com Dorothy, do Mágico de Oz, quando ela diz que não há lugar como um lar, porém sempre defendo que nem toda casa é um lar também. O lar é aquele ambiente o qual faz você sentir-se protegido e nem sempre isso ocorre.

Outro ponto positivo foram a união desses dois irmãos os quais mostram o poder do respeito, não apenas entre famílias, mas as relações em geral. Gostei desses personagens e os achei bem fortes.

Agora, o lado negativo deste livro. Sinceramente, depois de terminá-lo fiquei um tempo até escrever sobre, porque eu não tinha de fato gerado uma opinião completa sobre ele. Pois bem, agora acho que posso dizer para vocês, com segurança, que apesar de ter lido e visto diversas opiniões positivas a respeito, infelizmente, não sei se gostei muito dessa leitura. A proposta do enredo é ótima, os personagens são bastante bons, entretanto eu não consegui me conectar. O livro tem aproximadamente 350 páginas, mas acho que se tivesse sido contado com menos detalhes, teria ficado melhor. A questão da Segunda Guerra como a ambientação citada na sinopse, sinceramente, achei apenas uma informação solta, porque não fez, de fato, diferença a narrativa. Ademais, achei a história parada em alguns momentos, o que tornava a leitura bem cansativa; isso não quer dizer que ser uma leitura um pouco mais arrastada possa ser algo ruim, desde que isso seja relevante na história como um todo. Por fim, antes de tudo, não sou uma pessoa que repara em português enquanto leio, porém, tiveram alguns erros não de português, mas de revisão mesmo. Se a editora quiser me contratar para resolver esse problema, estou enviando currículos. Hahahahah, brincadeira, porém não tanto.

De certa forma, recomendo a leitura para tirarem suas próprias conclusões, até porque muitas pessoas gostaram e isso é um bom exemplo de que os livros são diferentes para cada pessoa, um aspecto enriquecedor para todos.  

Até a próxima resenha, cuidado com as entrelinhas e um abraço a todos. 


Comentários

Postagens mais visitadas