São Bernardo, de Graciliano Ramos
Uma leitura rápida e muito diferente de Vidas Secas, São
Bernardo é um dos livros mais importantes da literatura brasileira e, também,
aquela espécie de narrativa que quando terminamos sentimos a vontade de abraçar
a todos que amamos em nossa volta.
O enredo é ambientado na fazenda chamada São Bernardo, onde o
narrador em primeira pessoa é o personagem Paulo Honório, quem nos mostrará a
partir de sua visão, todos os acontecimentos e percepções que ocorrem ao seu
redor. Antes de tudo, é inviável ressaltar que Paulo tem uma personalidade
totalmente ambiciosa e nada confiável.
A história inicia-se com o narrador detalhando quais foram suas
peripécias e estratégias para conseguir a posse da fazenda, das quais não foram
nem um pouco honestas. Presenciamos pensamentos e até mesmo trapaças que ele
faz continuamente com as pessoas inseridas no local.
O desenvolvimento narrativo muda de contorno quando Paulo
Honório conhece Madalena, uma moça muito bonita e professora da região, que
apresenta visão de mundo sensível, profunda e crítica, isto é, o completo
oposto de seu futuro oposto.
“Amanheci um dia pensando em
casar. Foi uma idéia que me veio sem que nenhum rabo-de-saia a provocasse. Não
me ocupo com amores, devem ter notado, e sempre me pareceu que mulher é um
bicho esquisito, difício de governar.”
p. 59
Entretanto, mesmo não estando apaixonado por Madalena, Paulo
Honório apresenta crises de ciúmes muito fortes e violentas, desconfiando de
tudo e todos com quem a moça traça algum contato. Tal atitude trará um final
surpreendente, com lição de moral muito viável para repensarmos em nossas
ambições e intuições, que muitas vezes falham.
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