Macunaíma, O Heroi Sem Nenhum Caráter; de Mário de Andrade



Mário de Andrade foi um dos principais autores do período modernista brasileiro, movimento o qual teve grande influência pelas Vanguardas Européias. Entre suas obras estão crônicas, poemas, romances e dentre esses textos, temos Macunaíma, um dos grandes escritos que revelam bastante o modernismo e seus objetivos.

A história se volta para Macunaíma, personagem tipicamente brasileiro, índio, muito preguiçoso, é esperto e escapa de obrigações da tribo constantemente com sua lábia. É uma figura fiel ao termo anti-heroi, visto que mesmo com suas suas imensas trapaças e mau-caratismo é um personagem cativante acima de tudo.


“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói da nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que era a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa Criança é que chamaram de Macunaíma”.
P. 39

“-Ai! Que preguiça!...
E não dizia mais nada.”
P. 39

“É São Paulo construída sobre sete colinas, á feição tradicional de Roma, a cidade cesárea, “capita” da latinidade de que provimos; e beija-lhe os pés a grácil e inquieta linfa do tiêtê.”
P. 107

“POUCA SAÚDE E MUITA SAÚVA, OS MALES DO BRASIL SÃO.”
P.109

“Mas o caso é que “Puito” já entrara pras revistas estudando com muita ciência os idiomas escrito e falado e já estava mais que assente que pelas leis de catalepse elipse síncope metonímia metafonia metátese próclise prótese aférese apócope haplogia etimologia popular(...)”
P.115

É pertinente ressaltar os novos palavreados os quais Mário utiliza nesta obra,  compostos pelo linguajar indígena. Esse será um elemento importante quanto as criticas e observações de Macunaíma quando está na cidade de São Paulo.

Não é livro fácil, pois esse novo léxico torna a fluência da leitura um pouco complicada. Entretanto, a história é válida e de extrema importância para nossa literatura e identidade brasileira. Ademais, é muito interessante ver a literatura brasileira em uma escola mais “atual”, como foi o caso do modernismo.

O livro é muito encontrado nas bibliotecas públicas, mas também por preços muito acessíveis nos sebos.

Até a próxima resenha, cuidado com as entrelinhas e uma ótima leitura.

Comentários

Postagens mais visitadas