Lord Jim, de Joseph Conrad



Se por um acaso você já leu O Velho e o Mar, O Lobo do Mar, Moby Dick, ou seja, livros que relacionam mar, solidão, e alguns aspectos do que se classifica como romance psicológico, é bem provável que você goste de Lord Jim. 

O livro contará a história de Lord Jim, um marinheiro que tem sua reputação destruída quando a tripulação do navio Patna, ao qual Jim guiava, sofre problemas levando a um grave acidente. A primeira parte descreve, basicamente, os minutos aos quais Jim assiste a muitas pessoas machucadas e até mesmo cenas de morte incansavelmente. Dessa forma, sem saber o que fazer, ele foge construindo a segunda parte do enredo. Nesta fase da história Jim se vê perdido e sozinho, mas também é quando inicia uma amizade com Marlow. Neste momento, aparecem muitos personagens tornando a história um pouco confusa e cansativa, mas o mais interessante nesta parte é que conhecemos um pouco mais sobre Jim e a acompanhar suas infinitas conversas e pensamentos.

Mas, de cada vez que fechava os olhos, um relâmpago de pensamentos lhe fazia ver, claro como o dia, aquela multidão de corpos, prontos para a morte.  Quando abria as pálpebras, era para sentir a luta confusa de quatro homens, batendo-se como loucos contra o barco”.
CONRAD, Joseph. Lord Jim. P.85. Editora Abril

“Nada como um barco perdido em alto mar para fazer ressaltar tudo o que se oculta de instintivo no fundo de todo pensamento, de todo sentimento, de toda a sensaão, de toda emoção”
CONRAD, Joseph. Lord Jim. P.95. Editora Abril
“Eu me sentia tão cansado como se não tivesse gozado uma hra de sono desde o dia do meu nascimento”
CONRAD, Joseph. Lord Jim. P.97. Editora Abril

Uma observação importante do livro é a questão do narrador. A principio a narração é feita por um narrador onisciente neutro, ou seja, há um visível distanciamento entre quem conta a história para com os personagens envolvidos. No entanto, uma boa parte do enredo é contado sob o ponto de vista de  Marlow, um dos passageiros da tripulação do navio Patna, que acompanha todo o desastre e do desespero de Jim, assim como o acompanha em sua fuga, se tornando um companheiro nas aventuras seguintes. As conversas que ambos trocam, geralmente implica-se em temas filosóficos e melancólicos, ademais, o laço que ambos criam adiante é extremamente simbólica e sincera, tipico da sensação que o mar traz a todos os seres.

“(...) Marlow, displicentemente estirado na cadeira, imobilizavase , como se seu espírito, distendendo as asas, houvesse remontado o caminho do tempo para vir falar por seus lábios, do fundo do passado.”
CONRAD, Joseph. Lord Jim. P. 37. Editora Abril

“Nós nunca temos tempo de pronunciar nosssa última palavra, de dizer a última palavra do nosso amor, de nosso desejo, de nossa fé, de nosso remorso, de nossa submissão, de nossa revolta. O céu e a terra não querem ser abalados, pelo menos por nós, que conhecemos sobre eles demasiadas verdades.”
CONRAD, Joseph. Lord Jim. P.158. Editora Abril

“Bem, para quando será o nosso próximo encontro, meu amigo?
-Para nunca mais... a menos que você volte – respondi evitando o seu olhar. Ele não respondeu, mas ficou um instante imóveis
-Adeus, então – disse ele, após um silêncio.-Talvez assim seja melhor!
CONRAD, Joseph. Lord Jim. P.238. Editora Abril



É um livro que contém muitas mensagens nas entrelinhas, o que o faz ser bastante complexo. Não hesite em ler e reler, para seguir adiante. 

Aproveite a leitura, 

Cuidado com as entrelinhas!










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