A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells
Imagine um a figura de um extra-terrestre!
Provavelmente, a
imagem de um serzinho verde, com uma inteligência extrema, portado de
tecnologias incríveis são ideias, a princípio, passados em sua cabeça. Poderia ser, até mesmo, o
E.T de Steven Spielberg ou do Oitavo Passageiro. Todas essas simbologias, idéias, estereótipos e
padrões as quais temos a respeito da imagem dos E.Ts, surgiram a partir desse
livro. Sim !!! No entanto, na época era uma grande novidade.
O livro se baseia em nada menos que uma invasão dos marcianos a Terra, a identidade do personagem principal não é mencionado, assim como é
isenta qualquer característica física, mas em grande parte psicológica. Ele, os
habitantes de Londres e também de todo o resto do mundo, se vê em uma situação apocalíptica,
de forma repentina:
“E então veio a noite da
primeira estrela cadente. Foi vista de uma madrugada, como um risco de fogo
muito alto indo em de oeste a leste por cima de Winchester.”
WELLS, H. G .P. 20. Editora
Nova Fronteira
“A criatura era arredondada
e tinha, como se podia dizer, um rosto. Havia uma boca debaixo dos olhos, cuja
borda tremia e arfava, pingando saliva. O corpo pulsava e arquejava
convulsivamente. Um delgado apêndice tentacular comprido e mole grudara-se à
borda do cilindro, e outro fazia movimentos ondulatórios no ar“.
WELLS, H. G. P. 28. Editora
Nova Fronteira
“Depois do meu primeiro
vislumbre dos Marcianos emergindo do cilindro no qual tinham vindo o seu
planeta à Terra, uma espécie de fascinação paralisou meus atos.(...)O medo e a
curiosidade batalhavam no meu peito”
WELLS, H. G. P. 32. Editora
Nova Fronteira
O enredo é caracterizado apenas por todos em exílio. Contudo, o decorrer do livro pode se tornar cansativo, pois os
detalhes minuciosos sobre os marcianos podem comprometer a leitura, deixando-a
arrastada por alguns capítulos. No entanto, o final é muito bonito, com considerações
sutis que nos fazem perceber que a leitura mesmo arrastada, trouxe uma bela
mensagem a respeito do comportamento da sociedade.
Ademais, o livro foi parte de uma exibição falsa de rádio feita
pelo radialista Orson Wells, no qual a noticia se tratava de uma adaptação
breve em meio à programação com a notícia de que a terra tinha sido invadida
por marcianos. O acontecimento fez muitas pessoas acreditarem, mas foi logo
desmentido, que fez o radialista se pronunciar com desculpas públicas. Você
encontra mais detalhe AQUI.
Outrossim, o livro tem muita importância no mundo da ficção cientifica, pode-se dizer que
foi o primeiro livro que tratou com tantos detalhes os alienígenas, levando-os
a ser modelos de filmes, outros livros, fantasias etc. Não apenas pelo lado de
ficção, como também a questão de uma crítica velada a respeito da sociedade
inglesa na época, visto que estava em plena Revolução Industrial.
“Nada, talvez, foi dito como mais surpreendente que a ausência de
um elemento dominante em quase todos os mecanismos humanos: a roda. Em todas as
coisas que trouxeram para o nosso
planeta não há menor traço ou sugestão do uso de rodas. Seriam de esperar quando
mais não fosse na locomoção.“
WELLS, H. G. P. 159. Editora Nova Fronteira
“Como é curiosa a mente humana! A espécie inteira às portas da
extinção ou da mais aterradora degradação que imaginar possa; (... e ali estávamos,
com toda a calma do mundo, a fumar charuto e beber vinho, como se nada mais
importa senão o destino daqueles cartões pintados ou a sorte do curinga – que atendíamos
com a maior exultação!”
WELLS, H. G. P. 199. Editora Nova Fronteira
A narrativa foi adaptada nos cinemas, pelo diretor Byron Haskin,
com data de lançamento em 1953. Ainda não o assisti.
Mais uma vez, cuidado com as entrelinhas;
Uma boa leitura!
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