A Letra Escarlate, de Nathaniel Hawthorne



Livro importante na literatura universal e estadunidense. Embora seja um livro muito bom, não se tornou um dos meus preferidos, embora reconheça a sua importância na literatura.


O enredo se passa em uma cidade chamada Salem onde ocorrerá todas as desventuras de Hester Prynne. Ela, no entanto, migra da Inglaterra para as 13 colônias (futuramente, Estados Unidos), enquanto seu marido fica de ir posteriormente. Mas, ao chegar a terras norte-americanas comete adultério gerando uma filha, chamada Pérola. Por conta desse escape, Hester é condenada a passar o resto de seus dias com uma letra A, em cor escarlate costurada em suas roupas, no lado esquerdo do peito.

“-Deviam ter pelo menos marcado a ferro a testa de Hester Prynne. Ela se retorceria com uma punição dessas, aposto!  Mas essa aí, prostituta assanhada que é, pouco se importa com que lhe colocam no colete sobre a túnica! Ora, ela pode muito bem cobrir o local com um broche ou com qualquer desses adornos pagãos e continuar andando pelas ruas, ousada como sempre foi!”
HAWTHORNE, Nathaniel. P. 61. Ed. Martin Fontes.

“Nos braços, ela levava uma criança, um bebê que deveria ter três meses de vida, que piscou e virou o rostinho da mais do que vívida luz do dia; porque sua existência, até o momento, só se familiarizara com o cinza crepuscular de um calabouço, ou com algum outro aposento escuro da multidão”
HAWTHORNE, Nathaniel. P. 62. Ed. Martin Fontes.

“Mas o ponto que atraiu todos os olhares e que, por assim dizer, transfigurou a modelo – de modo que homens e mulheres que bem conheciam Hester Prynne ficaram impressionados como se a vissem a primeira vez – foi a LETRA ESCARLATE, tão fantasticamente adornada e enfeitada junto ao seu peito. “
HAWTHORNE, Nathaniel. P. 63. Ed. Martin Fontes.

Por outro lado, com o decorrer do livro história se pauta também com Pérola, filha de Hester, fruto do adultério.  As descrições da criança chegam  até mesmo a serem engraçadas, pois as descrições sempre a relatam como uma pessoa demoníaca, possuída. Por muitas passagens do livro, Hester se pega olhando para a menina, assustando-se com suas atitudes espertas e estranhas:

“Era um rosto demoníaco, com um sorriso malicioso, mas carregando a similitude dos traços que ela conhecia muito bem, e que, no entanto, raramente estampavam um sorriso, e jamais malícia. Era como se um espírito maligno houvesse possuído a criança e acabara de olhar para fora de modo zombateiro.”
HAWTHORNE, Nathaniel. P. 63. Ed. Martin Fontes.

Inicialmente, não é um livro fácil. Tive dificuldades nas primeiras páginas, sendo específica, a introdução. É um texto repleto de descrições, metáforas e devaneios, são poucos os diálogos. Todavia, é  depois do primeiro capitulo a leitura é levada sem dificuldades, tornando-se um dos livros mais bonitos que já li. Hester Prynne é com certeza uma personagem que pode ter incomodado a muitos, levando em conta a época de lançamento. Inclusive, é um livro que exige conhecimentos um pouco mais aprofundados sobre a história dos Estados Unidos, para que não fique perdido em meio a leitura.

A edição que li é em uma dessas edições bonitas a qual a editora Martin Claret – famosa pelas suas edições precárias e letras miúdas- está a publicar, mas caso não tenha dinheiro, há a edição em PDF encontrada AQUI. O livro também foi adaptado no campo cinematográfico, pelo diretor Roland Joffé.

Mais uma vez, cuidado com as entrelinhas;

Uma boa leitura a todos !

Comentários

Postagens mais visitadas