Um sopro de vida, de Clarice Lispector
“O
pior plágio é o que se faz de si mesmo.”
Livro
publicado postumamente, traz uma história que não foi terminada e revisada pela
autora. Embora não seja uma das narrativas mais comentadas também apresenta sua
importância.
A narrativa
é construída em formato teatral entre a personagem Ângela e o Autor. Aquela é
uma escritora bastante solitária e a acompanharemos no processo de criação dessa personagem que
passa por diversos momentos de loucura e confusão entre a pessoa que está
criando para o livro e ela mesmo. Por outro lado, temos este diálogo constante
com este Autor, o qual não apresenta um nome definitivo, mas em muitos momentos
não sabemos quem é autor e quem é Ângela ou se ambos são a mesma coisa.
O livro é
extremamente melancólico e com passagens muito subjetivas de forma a perceber
que Clarice não estava muito bem quando escreveu o início deste romance, além
de ter um forte teor de despedida e morte. Ademais, essa mistura de si mesma
entre dois personagens é algo muito único o que remete bastante Fernando Pessoa
e seus heterônimos, lembrando de que é uma obra póstuma e inacabada que traz a esta história algo bastante
Kafkiniano, isto é, constante sensação de não estar indo a lugar algum,
incerteza e perdição.
É um bom
livro, mas recomendado para quando estiver bem mais introspectivo.
Cuidado com
as entrelinhas e até a próxima resenha.
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