Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, de Clarice Lispector
“Temos
disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é
angústia disfarçada.”
Um dos livros mais icônicos de Clarice Lispector, nos mostra um
pouco mais da personalidade intimista da autora, mas também seu lado romântico
e até mesmo erótico.
Somos apresentados por dois personagens: Lóri e Ulisses. Ambos
se amam, porém Lóri não sente-se preparada para entregar-se por completo, os
motivos para isso são descritos em forma de fluxo de consciência pela autora.
A minhas impressões iniciais é que Lori não aceita a si mesma.
Por não sentir a muito tempo ou mesmo nunca ter sentido amor, agora que ela o
tem dentro de sua alma, não sabe exatamente o que fazer com tal sentimento. Ela
passa horas no espelho, tentando entender o que fazer dela mesma para com essa
sensação nova.
No entanto, Ulisses, ao observar tal comportamento de Lori para
com o sentimento amor, ele passa a ensiná-la a lidar com esse desconhecido
dentro de si mesma. Somos transportados pela paciência de Ulisses e também a
forma como ele respeita o tempo de Lori até que ela o aceite e principalmente a
si mesma.
Apesar de este livro apresentar a questão do amor e sua relação
com o tempo, o personagem Ulisses, por alguma razão, me incomoda muito. Por
outro lado, Lori é uma personagem que demonstra o feminino e toda a descrição a
respeito da dessa peculiaridade.
Não é um livro fácil, é uma leitura que exige um ambiente
silencioso e um momento introvertido do leitor, assim como uma boa parte dos
livros de Clarice. ´
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