Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo
Trabalhadores do Mar é um romance de Victor Hugo, no qual conta
a história de três marinheiros e a rotina em que estão inseridos. Entretanto, o
personagem principal é Gilliatt discriminado socialmente por morar em uma casa
denominada assombrada e por esse fato é constantemente um motivo de chacotas
pelos seus companheiros. Uma característica do personagem solidão e tristeza. Gilliatt sempre é narrado
sempre a observar do que a falar, levando a muitas filosofias e percepções.
“A solidão faz homens de
talento ou idiotas. Gilliatt tinha os dois aspectos. Às vezes mostrava o ar
espantado, de que falamos, e dissera-se um bruto. Outras vezes mostrava uma
certa profundidade no olhar.”
Hugo, Victor. P.38. Editora
Nova Cultural Abril.
“Gilliatt não era feio. Era
talvez bonito. Tinha um perfil semelhante ao do bárbaro antigo. Quieto, parecia
um Dácio da coluna trajana. (...)O riso era pueril e delicioso. Não havia
marfim mais alvo que os seus dentes. Entretanto, Gilliatt, tisnado pelo sol,
era quase negro. Não se afronta impinemente ao oceano, a tempestade e a noite;
aos trinta anos, mostrava 45. Tinha a sombria máscara do vento e do mar.”
Hugo, Victor. P.38. Editora
Nova Cultural Abril.
Contudo, como uma boa parte dos seres humanos Gilliatt tinha um
amor e ela chamava-se Deruchette, sobrinha de um outro marinheiro chamado
Lethierry o qual construiu um navio que em sua primeira viagem simplesmente
some. Deruchette propõe casamento a quem achar a tal construção. Logo, a
história foca-se na longa e exaustiva procura de Gilliat ao navio com o
objetivo de casar-se com o amor de sua vida. O restante, é lendo e tirando
próprias conclusões.
A obra não é fácil. O nível de descrições e detalhes que o autor
utiliza é de grande proporção, tornando a leitura cansativa. Mas isso não tira
a beleza do livro, pois o final recompensa praticamente todas as dificuldades.
Ademais, frases e frases bonitas acontecem de forma constante, isso faz a pausa
constante durante o livro.
“Certas combinações triunfantes,
certos desejos realizados, certas felicidades ferozes fazem aparecer e
desaparecer nos olhos dos homens lúgubres e luminosas dilatações.”
Hugo, Victor. P.158. Editora
Nova Cultural Abril.
“Passava a vidaa fazer
eclipses, aparecendo, desaparecendo e tornando a aparecer”
Hugo, Victor. P.62. Editora
Nova Cultural Abril.
Esta edição
é facilmente encontrada em sebos. A tradução foi feita por Machado de Assis,
detalhe no qual me atrapalhou na leitura, pois em muitos momentos parecia mais
Machado do que Victor Hugo. De qualquer maneira, é uma ótima experiência de
leitura.
Leiam quando puderem.
Um bom livro a todos!
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