O jovem Törless, de Robert Musil
“Não
pensava em nada, embora estivesse muito ocupado interiormente. Observava-se a
si mesmo. Era como se olhasse para um vazio e só de esguelha obtivesse uma
indistinta noção de si.”
Vamos com calma, porque esse livro me destruiu um pouco. Faz aproximadamente três semanas que li esse livro e quando penso nele ainda fico meio mal.
A data de
publicação foi 1906 e esta data é importante porque anos adiante viria a ser a
Primeira Guerra Mundial. Além disso, caracteriza-se como um romance formação e
é o primeiro romance do autor, este o qual escreveria o enorme Homem sem
Qualidades, que, sinceramente, depois de ler esse aqui pensei que, caso ele
tenha a mesma profundidade de o Jovem Törless preferirei esperar um pouco mais.
Mas vamos
ao enredo desse livro perturbador. Nós conheceremos Törless, do qual a
princípio acompanhamos a sua mudança para o internato em que estudará nos
próximos meses. Ele tem uma personalidade introvertida e, como todo bom
introvertido, pensa demais e fala de menos; assim, o leitor basicamente
acompanha o fluxo de consciência desse rapaz dos quais seguem fielmente o que
seria os pensamentos de alguém. Ele conhece alguns amigos,
De todos os livros que apresentam fluxo de consciência, incluindo a Lispector e outros, esse foi um dos que realmente dava a impressão de que estávamos vivendo tudo que a personagem estava pensando. A última vez que li um livro que me deixou assim foi Crime e Castigo, do qual eu tive uma crise de gastrite depois de ler algumas descrições dos pensamentos de Raskolnikov. No entanto, nunca mais tinha sentido nada físico com um livro até ler Robert Musil, eu ficava tão cansada depois de ler esse livro que a sensação era de ter lido umas dez páginas, quando na realidade tinha lido apenas duas.
Fico pensando como deve ser o Homem sem Qualidades.
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