O Ateneu, de Raul Pompeia

 


“Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam.”

“O homem finalmente – ventre, coração e cérebro, política, poemas, critério; a alma, universo de universo, imagem de Deus, refletor imenso, antropocêntrico, do dia, das cores, que o sol inflama que o sol não sente.”

“A educação não faz almas: exercita-as. E o exercício moral não vem das belas palavras de virtude, mas do atrito com as circunstâncias...”


Publicado em 1888, é considerado um dos maiores clássicos da literatura brasileira e caracterizado como um romance de formação.

Neste enredo seguimos Sérgio, um garoto de aproximadamente onze anos de idade do qual se separa do seu lar e pais para estudar em um colégio interno de prestígio chamado Ateneu. Assim, ao longo das páginas, acompanham-se todas as aflições causadas pelo momento de transição deste personagem em estar com outras pessoas das quais não são sua família, suas mudanças de opiniões, confrontos com os adultos, conversas e reflexões com seus colegas. Além disso, o livro trata bastante do autoritarismo escolar, muito presente à época, do qual é remeteu bastante do que é relatado na música Another Brick the Wall, do Pink Floyd.

A linguagem do livro é bem bonita, mas também um pouco desafiadora em alguns momentos, de forma que exige do leitor uma leitura mais atenta, com paciência e de estar aberto a ler e reler diversas vezes, mas isso não torna o livro maçante, ao contrário, ao entrar no ritmo da leitura a história passa a seguir de maneira fluída. O livro apresenta muitas frases legais e que colocam o leitor para refletir alguns dias sobre o que foi lido.

Recomendado.

Cuidado com as entrelinhas, até a próxima resenha.

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