Anne de Avonlea, de Lucy Maud Montgomery

 




(Este é o segundo livro da série de Anne de Green Gables. Por isso, naturalmente, terão diversos spoilers sobre o que nossa amiga Anne se tornará depois do primeiro livro.)

 

“-Você dificilmente falhará por completo em um único dia, e muitos outros dias virão pela frente – disse Marilla.”

“Mas como você poderá ter certeza de que conheceu a pessoa certa? – Persistiu Diana.

-Ah, mas eu vou reconhecê-lo...algo vai me dizer. Você save quais são meus ideais, Diana.

-Mas os ideais das pessoas mudam algumas vezes.

-Os meus não. E eu não conseguiria me interessar por um homem que nãos satisfizesse.

-E se você nunca o conhecer?

- Então irei morrer como uma solteirona – foi a resposta animada – Ouso dizer que não é a pior das mortes, de jeito nenhum.”

 

Livro publicado em 1909 faz parte de um dos clássicos da literatura canadense. Depois de acompanharmos Anne ainda criança em “Anne de Green Gables”, agora seguiremos a personagem “passada dos seus dezesseis anos”, como descrito pela própria autora.

No primeiro livro da saga, Anne apresenta desde o primeiro momento um otimismo bastante Poliana em relação a tudo o que ela vê, toca, sente. Ela observava tudo com um olhar inocente da criança que era, mesmo que conforme durante a história vá passando ela amadureça sua visão conforme conviva com seus amigos e pais adotivos.

No segundo, essa maturidade fica cada vez mais marcante. Agora mais velha e com responsabilidades a serem cumpridas, observa-se que agora temos diante de nós uma moça, com momentos de aflições e dúvidas sobre seu futuro e do que está fazendo em seu presente. É evidente que acontece com ela o que já nos aconteceu quando tínhamos sua idade ou mesmo depois que é perceber em si que algo está/foi/está indo embora, que nada mais é do que o brilho infantil dando espaço para as aflições adultas, para a porta abrindo e convidando para uma vida inteira não vivida, a tal porta que deixou Holden Caulfield amedrontado em O Apanhador no Campo de Centeio.

Confesso que quando conheci a personagem Anne, eu não gostei de imediato, pois julguei – erroneamente – alguns aspectos de sua personalidade. Mas este segundo livro me mostrou que me precipitei ao pensar tão rápido. Uma experiência realmente muito boa a leitura e, algo que Montgomery faz e realmente admiro é a capacidade de equilíbrio em a linha tênue entre o pessimismo e o realismo, sem perder o otimismo no meio disso tudo. Belíssimo.

Recomendado, principalmente para quem parou no primeiro livro.

Cuidado com as entrelinhas, até a próxima resenha.


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