Meridiano de Sangue, de Cormac McCarthy
“Os homens
de Deus e os homens de guerra guardam estranhas afinidades.”
Publicado em 1985, é um dos mais importantes na literatura norte-americana,
visto que narra um período histórico de meados do século XIX, quando caçadores de escalpos era uma prática comum.
O livro não tem uma narrativa ou uma história de fato, alguns
consideram até mesmo um romance de formação e é facilmente comparado ao Grande
Sertão: Veredas. Mesmo assim, o leitor acompanhará a trajetória estranha e
repleta de violência e de inocência quebrada de Kid, que por acasos de seu
destino acaba por fazer parte de um grupo de caçadores de escalpos. Conforme a
história se passa, outro personagem aparece, Holden ou apenas O Juíz; ele será
de extrema importância para toda a trajetória de Kid e também do leitor.
Uma vez ouvi dizer que depois de ler Meridiano de Sangue, seria
bem provável não fosse mais o mesmo. Duvidei, mas era verdade, porque
é realmente uma história muito diferente, os personagens e a forma como as
frases são construídas tem sim seu diferencial. O que mais chama a atenção é a
figura do Juíz, pois é uma pessoa diferente: em alguns momentos, é totalmente
sociável, carismático e em outros mostra-se uma pessoa extremamente solitária,
sem vínculos, cruel e violento, mesmo que os crimes sejam feitos educadamente.
Além disso, carrega consigo um caderno onde faz infinitas anotações sobre tudo. É, de longe, um dos personagens mais interessantes não apenas
desse livro, mas de muitos dos quais li, que desperta medo, curiosidade e
vontade de nunca encontrar alguém assim na vida.
A linguagem é bastante complicada no início, mas é algo que se
acostuma depois das primeiras cinqüenta páginas. É um livro muito descritivo,
principalmente nas cenas de violência, além de apresentar conteúdos sensíveis,
pois contém estupro e pedofilia, assuntos não confortáveis de ler.
Cuidado com
as entrelinhas e até a próxima resenha.
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