Firmin, de Sam Savage

 



“Se existe uma coisa para a qual a formação literária contribui bastante é para proporcionar um aguçado senso de fatalidade.”

“Sempre acho que tudo dura para sempre, mas isso nunca acontece. Na verdade, tudo existe apenas por um instante, com exceção das coisas que guardamos na memória. Sempre procuro guardar tudo – preferia morrer a esquecer -, mas ali, ao mesmo tempo, olhava para frente, para São Francisco, deixando tudo para trás. Assim é a vida -  e não dá para encontrar o seu sentido.”


Com certeza você já viu um rato em sua vida, caso não tenha visto provavelmente verá assim que tiver o mínimo de oportunidade. Entretanto, a imagem desse ser geralmente é vista de forma pejorativa, mas isso poderá mudar quando conhecemos o personagem desse livro.

Firmin é um rato assim como qualquer outro, vive das sobras de comidas, tem uma família estranha e perambula nas ruas despistando-se de seres humanos, gatos e alguns cachorros. Mas, conforme a história passa, percebemos que tem um diferencial de sua família, pois é um ratinho extremamente solitário, sentimental, culto e inteligente, o qual passa por aventuras em bibliotecas e cinemas. Dessa forma, o leitor acompanhará uma história repleta de reflexões a respeito de suas leituras, filmes e pessoas.

É uma narrativa repleta de metalinguagem, isto é, um livro que fala de livros. Portanto, em diversos momentos serão citados obras clássicas da literatura, por exemplo, Sobre homens e ratos, de Steinbeck,  Oliver Twist, de Dickens. Além disso, é um livro do qual trata bastante sobre questões como depressão e bipolaridade, de maneira que são trechos dos quais poderão causar gatilhos em quem sofre com determinadas condições.

Se tornou um livro muito especial. Vez ou outra lembro de alguns trechos porque durante o tempo que estive sobre a companhia de Firmin tive a sensação de ter um amigo.

Cuidado com as entrelinhas e até a próxima resenha. 

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