O corcunda de Notre-Dame, de Victor Hugo
“Foi assim
que, pouco a pouco, crescendo junto à catedral, vivendo e dormindo nela sem
quase nunca sair, absorvendo a cada hora sua influência misteriosa, o menino
acabou se assemelhando, se incrustando, se tornando, por assim dizer, parte
integrante dela.”
Publicado
pela primeira vez em 1861, a princípio com o título Notre-Dame da Paris,
tornou-se uma das grandes obras do autor e também da literatura universal sendo
mais conhecida pela famosa adaptação cinematográfica pela Disney com título
homônimo.
Apesar do
título do livro remeter ao Corcunda, isto é, Quasimodo, durante a história o
leitor depara-se com diversos personagens de forma bem distribuída dentre os
capítulos, inclusive a própria Catedral de Notre-Dame, que para muitos críticos
ela seria a verdadeira personagem principal deste livro.
Apesar de
diversos personagens, Quasimodo, Esmeralda, Pierre Gringoire, Jean Frollo,
Claude Frollo e a mulher que vive em uma cela pode-se dizer que são os que mais
movimentam o enredo. A princípio, todos parecem dispersos em suas próprias
vidas, entretanto ao decorrer da narração observa-se a construção dos
acontecimentos dos quais todos terão um impacto na vida um do outro.
As
primeiras páginas são as mais desafiadoras, pois apresentam uma linguagem
bastante figurada e descritiva dos personagens e das ruas, o que pode tornar a
leitura cansativa para os mais apressados e exigir do leitor uma leitura mais
lenta, cuidadosa, carinhosa e imaginativa.
Além disso,
neste princípio há a apresentação da igreja de Notre-Dame e Victor Hugo
mostra-se bastante informado e detalhista com a construção, a história e
arquitetura da igreja, de forma que no livro três, capítulo 1(Notre-Dame) e 2
(Paris num sobrevoo)é ideal para quem quer, já estuda ou interessa-se por
Arquitetura porque é praticamente uma aula. Ademais, para os interessados em
cinema/roteiros, as descrições feitas pelo autor fazem com que você realmente
visualize o ambiente, personagens e situações, nos quais quase se pode
“enxergar”, de fato, a paisagem, ideal para quem estuda roteiros, quem pensa em
escrever um livro mais descritivo ou mesmo para professores de português
mostrarem para seus alunos como ocorre uma boa ambientação na escrita de textos
narrativos.
É um livro
muito bonito, os personagens são inesquecíveis, a forma como o Victor Hugo
trabalha com antagonismos, tanto do Ser Humano quanto das situações e o choque
do qual isso se revela ao final de um capítulo ou na descoberta de algo é
realmente algo que só uma pessoa com uma inteligência sensível seria capaz.
Como já
citado, o livro foi adaptado para o cinema pela versão clássica da Disney em
1996, mas também em outras versões como estes disponíveis no Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=8r1EOrNT8Xo
https://www.youtube.com/watch?v=Rff6XOJmmaw
Não tem o
que dizer recomendado principalmente para a revitalização da humanidade.
Cuidado com
as entrelinhas, até a próxima resenha.
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