Os dois morrem no final, de Adam Silvera

 



“Certa vez meu pai me contou que dizer adeus é o ‘impossível mais possível’, porque você nunca quer dizê-lo, mas seria estupidez não o dizer quando se tem oportunidade.’ “

“Mãe, será que eu vou encontrar um amor aí em cima, já que nunca tive a oportunidade de encontrar aqui embaixo?”

“Eu teria te amado se tivéssemos mais tempo.”

 

Publicado em 2017, este livro demorou para ter uma edição em português, porém ao ser traduzido foi sucesso imediato.

O enredo é contado em terceira pessoa, sob a perspectiva de um narrador onisciente do qual tem acesso aos pensamentos e sentimentos de ambos os personagens presentes, Mateo Torrez e Rufus. Além disso, a história é ambientada em uma época distópica em que há a presença de uma instituição chamada Central da Morte, cuja função é avisar para todos via telefone o dia antes de sua morte, para que possa aproveitar seu último dia como quiser. Em razão disso, também há diversos fóruns dos quais são voltados para pessoas que acabaram de receber a notícia e querem aproveitar o tempo que lhes restam.

Portanto, Mateo e Rufus recebem essa ligação e, ao recorrer a tais fóruns, se conhecem e combinam de aproveitar esse último dia juntos. Duas personalidades completamente opostas perambulando e conversando pela cidade conforme seus tempos acabam é o que encontraremos ao decorrer deste livro.

A história é construída de maneira paralela, ora a visão de um, ora de outro. É demarcada por pequenos e rápidos trechos de reflexão profunda, principalmente quando trata sobre a morte e do momento de despedida do mundo ao seu redor. Por diversos momentos, abarcam-se um choque de realidade e questionamento de que a morte avisada antecipadamente não deixa tudo mais doloroso, mesmo que haja a oportunidade de aproveitar pelo menos aquele dia. Por outro lado, concluir que a imprevisibilidade da morte e sua visita inesperada não a torna, de certa forma, mais charmosa.

De qualquer maneira, um livro excelente caso você queira reflexões existenciais e chorar no ônibus.

Recomendado!

Cuidado com as entrelinhas, até a próxima resenha. 

 

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